Nova Diretoria da ADESG NACIONAL – Biênio 2024/2025 – Toma Posse.
No dia 19 de janeiro, foi realizada a solenidade de posse da Diretoria Executiva da ADESG Nacional e dos respectivos Conselhos Superior e Fiscal, nas dependências da Escola Superior de Guerra (ESG) no Rio de Janeiro. O evento foi presidido pelo Comandante da ESG, Vice-Almirante Marcelo Menezes Cardoso, que compôs a mesa de honra juntamente com o ex-presidente da ADESG, General de Exército R/1 Licínio Nunes de Miranda Filho, o Subcomandante da ESG, General de Brigada Carlos Vinícius Teixeira de Vasconcelos, e o reeleito Presidente da ADESG 2024/2025, o Coronel Intendente R1 Antonio Celente Videira.
No mesmo dia, momentos antes da solenidade, foi realizada a inauguração da galeria dos ex-presidentes da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, na sala da ADESG-nacional, localizada nas instalações da ESG.
A DIRETORIA EXECUTIVA que tomou posse foi a seguinte: Presidente, Cel. Res. FAB Antônio Celente Videira; 1º Vice Presidente, Willian George Lopes Saab; 2º Vice Presidente, Eng. Liêge Soares de Melo; Diretor Secretário, Eng. Nilo Ruy Corrêa; Diretor Secretário Adjunto, Jorn. Everson Chemale Alves; Diretor Financeiro, Arq. José Mauro Carrilho Guimarães; Diretor Financeiro Adjunto, Cel. Int. Res. Luiz Carlos Monteiro.
O CONSELHO SUPERIOR teve a seguinte constituição:
EFETIVO: Juíza Heloísa Corrêa da Costa e Paula; Cont. José Augusto de Carvalho; Adm. Marli Gutierrez Vattoretti Cardamone; Cel. Ubirajara Dias José; Gen. Bda. Res. Durval Antunes Machado Pereira de Andrade Nery; Eng. Márcio José Borges; Adm. Dalila de Brito Ferreira; Prof. Sérgio Lazoski; Arq. Georgina Libório de Azevedo; Cel. Av. Res. Douglas Ferreira Machado.
O CONSELHO FISCAL ficou assim constituído:
EFETIVO: Adm. Paulo Roberto de Oliveira; Suplente, Profa. Maria Leonor Teixeira; Dr. Arthur Jorge de Jesus Pimentel; Suplente, Adv. Kátia Maria de Carvalho Carneiro; Eng. Wagner Romandini; Suplente, Prof. Henrique Oliveira Vianna.
DISCURSO DE POSSE DO PRESIDENTE DA ADESG PARA O BIÊNIO 2024/2025.
Em 1971, o Colégio Eleitoral sufragaria a Diretoria Executiva para uma substituição com periodicidade de a cada dois anos. Assim, a partir de 1972, a gestão das Diretorias Executivas da ADESG passou a ter dois anos. Até essa data, a substituição era anual, ou seja, de 1951 a 1971, a Presidência era exercida por apenas um ano.
Meio século depois, em 2021, o estatuto em vigor, alterou, mais uma vez, a sucessão da Diretoria Executiva, permitindo que a mesma poderia ser reconduzida a um novo mandato.
Com esse comentário, iniciamos nossas reflexões, diante da reeleição para outro período, tornando-nos assim o primeiro Presidente da instituição a continuar no cargo por mais dois anos, em 7 décadas de existência da ADESG. E mais, o primogênito Presidente militar, no posto de Coronel, a desempenhar essa nobre e instigante função.
Diante das coincidências do destino, interpostas pelos desafios do cotidiano, começamos essa nova jornada, sem, contudo, deixar de mencionar as conquistas da nossa gestão anterior. Foram várias, porém vamos nos limitar a mencionar a agregação da capilaridade adesguiana, uma vez que integrar, em um País com dimensões continentais, é algo árduo e custoso.
Atualmente com 34 delegacias e 31 representações, a ADESG conta com 65 líderes espalhados no território nacional, prontos para responder a qualquer chamado da pátria. Essa diligência deve-se ao oportuno e intensivo uso das redes sociais, cujas ferramentas como whatsapp, e-mail, youtube, instagram, página da internet, facebook, boletim eletrônico, videoconferências colocaram-nos, diretores, delegados e chefes de representações, próximos um do outro.
De Roraima a Santa Maria, há verdadeira troca de diálogos entre lideranças adesguianas. Partindo das grandes capitais, como por exemplo, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, Recife e outras mais, a força da KRATOLOGIA, ou seja, o ESTUDO DO PODER alcança Comodoro, pequeno município de Mato Grosso a, aproximadamente, 500km em linha reta da fronteira boliviana. Essa malha propicia a unidade e o domínio da agregação funcional de brasileiros, tendo como liame os estudos geoestratégicos promanados pela ESG. Pode-se afirmar que é uma trincheira da Defesa Nacional, diante das novas guerras, quando o combate híbrido é a coqueluche das conflagrações pós-industriais.
Todavia, o ápice de todos esses esforços na busca da unidade entre adesguianos foi o programa denominado por nós de MARCHA DA PRESIDÊNCIA À UMA DETERMINADA REGIÃO. Esta Presidência deslocou-se para as delegacias situadas no centro do país, utilizando-se de aeronave, veículo próprio, ônibus e automóveis de adesguianos locais. Em Maceió, João Pessoa e Recife, nesta última cidade encontrou-se com lideranças civis e militares, no Comando Militar do Nordeste, sendo que a Direção daquele CMNE deu-nos apoio e recepcionou as comitivas nordestinas que se deslocaram àquele estado de Pernambuco. Por fim, percorreu a Amazônia Oriental, com passagem em Belém e São Luiz, revigorando o relacionamento psicossocial entre cidadãos nacionais.
A experiência que esse velho soldado teve foi excepcional, uma vez que a inserção de ideias e pensamentos entre a diversidade de grupos profissionais construiu um entendimento do movimento adesguiano fora da sua matriz, o Rio de Janeiro. Os contatos foram exuberantes, havendo troca de experiências com comandantes militares das três forças singulares, reitores universitários, chefes de polícias civis e militares, prefeitos e subprefeitos, e personalidades notáveis da localidade, tudo visando a boa convivência que deve imperar em nossa instituição com as demais do mundo político, da segurança pública, acadêmica e empresarial.
Neste próximo mandato, a previsão é alcançar os estados do Sul e o extremo oeste do Norte, traçando um novo périplo em perfeita sincronização com as demandas das delegacias e representações daquelas regiões.
Mas, se por um lado o aspecto operacional ressoa com propriedade, impactando vários setores do segmento Desenvolvimento, Segurança e Defesa, mostrando ao nosso quadro social o que se tem feito, por outro, isto é, o lado financeiro, que daria sustentabilidade às nossas atividades fins, principalmente a acadêmica, estamos hoje com severas dificuldades.
Vejam os senhores e senhoras que temos procurado diversas fontes, tanto a governamental como a corporativa, mas as dificuldades são várias, diante de um valor irrisório.
Gosto de brincar ao fazer esse comentário, transportando-me para a Grécia Antiga. Lá vou me encontrar com DIÓGENE de Sinope (323 AC). DIÓGENE foi exilado de sua cidade natal indo para Atenas, e lá passou a ser discípulo do filósofo ANTÍSTENES, antigo aluno de SÓCRATES, pertencendo a Escola dos Cínicos.
Vivia em estrema pobreza, dentro de um barril, mas levava consigo uma lamparina, perambulando pelas ruas de Atenas, em plena luz do Sol, ou seja, ao meio-dia. Perguntavam-lhe o porquê daquele ato, e ele dizia que procurava um homem virtuoso e honesto.
Da mesma forma, este Velho Coronel, hoje, não anda com um lampião, mas com uma lupa, todavia, totalmente diferente de DIÓGENES, encontramos autoridades, generais, brigadeiros, almirantes, advogados do TCU, todos com vontade em ajudar a ADESG, porém embargados pelo entulho da legislação, tornando-se frágeis diante das nossas demandas financeiras.
Gostaria de recordar algumas palavras de autoridades que se dirigiram a nós, tentando confortar-nos, para nos deixar tranquilo.
O primeiro foi o Tenente Brigadeiro LUIS ROBERTO DO CARMO LOURENÇO, então Chefe de Educação e Cultura do Ministério da Defesa que no dia 19 de janeiro de 2022, portanto, há exatamente dois anos, neste auditório disse:
Cel. CELENTE não tenha medo. Você é capaz de enfrentar os desafios da Presidência da ADESG, e nós vamos lhe acompanhar;
O seu sucessor naquela Chefia, General de Exército FLÁVIO MARCUS LANCIA BARBOSA diante do cenário da ADESG que lhe apresentei, há um ano, externou:
Cel. CELENTE, o problema não é recurso a aportar na ADESG. Recurso temos e todos querem ajudar. O problema é como o recurso chegará à ADESG, dentro da legislação em vigor.
Por fim, o General de Exército FRANCISCO CARLOS MACHADO SILVA, atual Chefe de Educação e Cultura, diante da minha apresentação, na sala de reuniões do Comando da ESG, em agosto de 2023, interrompeu a minha fala e manifestou:
Cel. CELENTE e Almirante KERR, estou de acordo com o General LANCIA. Queremos ajudar, mas como fazê-lo dentro da legislação vigente?
Com esse quadro, eu, meus diretores e assessores, e ainda os Conselhos Superior e Fiscal temos feito o que podemos para tornar a causa adesguiana sustentável que, há 72 anos, tem prestado relevantes serviços à Nação.
O momento em que vivemos é de incerteza, angústia e desesperança. O advento das guerras pós-industriais cunhou os termos guerra pós-moderna, guerra irrestrita, guerra de terceira onda, guerra de quarta geração, conflito assimétrico, por fim guerra híbrida.
Certamente, a instituição mantém-se mais interessante para a soberania do País do que nos anos de outrora que marcaram momentos de crises nacionais, tendo como pano de fundo a Guerra Fria, e que não cabe aqui mencionar.
Todavia, a combinação de técnicas digitais, com penetração no seio da família, assombrando a cultura de uma sociedade, demanda, cada vez mais, a intervenção da ADESG como contraponto a melodias nostálgicas que emburrecem um corpo social que não consegue mais viver em estado de pureza e dignidade. Os desideratos dos acontecimentos, de certa forma, nos transformam em máquinas não pensantes, obedecendo a uma cantilena mordaz, com bomdardeios de notícias pavorosas. É a guerra informacional colocando-nos em um teatro de operações, cuja estratégia adotada é a “guerrilha digital”.
A assimetria das fontes de emissão são verdadeiros Golias das comunicações, desprendendo farsas de conteúdo, robustecido por forte poder midiático. O medo e o pavor são armas letais a confinar o cidadão dentro de casa, enclausurado sob suas angústias e incertezas, tudo afetado pelo monitor da televisão ou pelo celular fincado e seguro na palma da mão.
Nesse novo jogo das conflagrações, em que as trincheiras estão dentro das redações dos jornais e no interior das reitorias universitárias, os estragos psicológicos se fazem sentir, com maior contundência, junto aos órgãos públicos e, pior, no seio da família.
Ao longo da História, as resistências de pequenos grupos organizados se opuseram às grandes formações institucionais.
Os ESSÊNIOS, na Palestina, preocupavam a cultura judaica. Os ZELOTES, na Judéia, atemorizavam as Legiões Romanas de Tibério. Os CÁTAROS afligiam a Igreja Medieval. Por fim, os PARTIZANS dificultavam o efetivo controle das forças alemãs na França.
Por isso, a missão da ADESG deve ser considerada, para se contrapor a todo esse jogo, já que o mote da instituição é forjar o cidadão, para ter visão responsável de Brasil, promovendo o congraçamento entre as sociedades civil e militar, procurando sempre formatar a unidade patriótica do País.
PITÁGORAS já dizia que: “eduquem-se os adolescentes e os jovens, e não será preciso castigar o homem maduro”.
A Cavalaria Templária era uma Ordem Religiosa-Militar, cuja função, em pleno início da idade média, protegia os peregrinos cristãos. Da mesma forma, nossos atuais delegados e delegadas são pessoas de têmpera, possuidores de lealdade, coragem e espírito de sacrifício, como os Cavaleiros Pobres de Cristo, de outrora. Hoje, ao invés de protegerem peregrinos, resguardam o cidadão fadado a tornar-se um descrente, um desesperançado no futuro do País, e mais, em uma ameba pensante, sem qualquer capacidade de crítica e análise.
Através dos Ciclos de Estudos de Política e Estratégia (CEPEs) e na realização de seminários, simpósios e colóquios, sobre temas conjunturais, essas lideranças estabelecem vórtices de luz guiadores a pontos significativos, desencadeadores de consciência e de lucidez, visando atenuar a escuridão mental hoje preexistente em tempos difíceis.
É nesse cenário que a nossa ADESG se insere, e que deve ser olhada pelas hostes do bem, ou seja, pelas autoridades constituídas, principalmente nesses tempos de guerra cibernética, cujo alvo principal é coração e mente.
Antes de encerrar, agradecemos ao destino que recolocou a ADESG na sua matriz, na sua gene, na sua origem, isto é, nas instalações da ESG, seu nascedouro ainda na década de 50. Foram as Digitais do General de Divisão ADILSON CARLOS KATIBE, podemos dizer nosso Comandante em 2022, que reservou espaço para aqui ficarmos na Escola. Depois, sob o comando do Vice-Almirante GILBERTO SANTOS KERR, já em 2023, fixamos nossos propósitos adesguianos diante dos cenários adversos nacionais.
Não podemos esquecer, de forma nenhuma, seus subcomandantes o Almirante CASSIANO, General HIMÁRIO e agora o General VINÍCIUS, todos linha de frente nas resoluções dos problemas que levamos para os mesmos.
Jamais iremos preterir a nossa ligação com a ESG, através da Assessoria de Relacionamento Institucional, nas pessoas do Almirante LOURENÇO e do meu amigo Comandante ALBUQUERQUE, que estão sempre apostos a atender nossas demandas funcionais. Exaltar é pouco aos senhores.
Finalizando o pleito de gratidão, não podemos obliterar as ações dos nossos funcionários que, anonimamente, constroem os bastidores da história da ADESG. Às senhoras MARIA e CÉLIA e aos colabores CARLOS EDUARDO e RINALDO só temos a externar nossos reconhecimentos por tudo que fazem por nossa instituição ao longo dos anos.
Somos muito gratos a todos os senhores.
Para finalizar, nos deslocamos para a outubro de 1951, quando a segunda turma da ESG se dirigia de Vitória para o Rio de Janeiro, a bordo do navio DUQUE DE CAXIAS, da Marinha do Brasil, encerrando uma visita de estudos ao quadrilátero ferrífero.
Na missa dominical, o Capelão do navio, padre NOÉ, leu o trecho contido em Atos dos Apóstolos, Capítulo 4º, versículos 31 a 33, que dizia E DA MULTIDÃO DOS QUE CRIAM, O CORAÇÃO ERA UM E A ALMA UMA; E NENHUM DIZIA SER SUA COISA ALGUMA DAQUELAS QUE POSSUÍA, MAS DENTRE ELES ERA COMUM. Daí se consagra o lema ou slogan da ADESG que diz “UM SÓ CORAÇÃO E UMA SÓ ALMA PELO BRASIL, que acompanha a instituição por toda a sua vida.
É interessante dizer que esse ato religioso ocorreu em alto mar, rodeado de água, o fluido universal, em pleno oceano, local do princípio da vida no Planeta Terra, e que aquele sacerdote consegue enfatizar, no versículo, o momento de união e comunhão entre apóstolos. Nesse sentido, a mística dessa mensagem está calcada na conclamação da unidade dos brasileiros, aspecto invocado pela ADESG em suas atividades acadêmicas.
Concluímos dizendo que as circunstâncias se renovam, as gerações se sucedem e os desafios se apresentam com nova roupagem. Desta forma, conclamamos o cerramento de fileira, como fora feito por nossos antepassados e chefes. Aos dirigentes atuais da ESG, Vice-Almirante MARCELO MENEZES DE CARDOSO e General de Brigada CARLOS VINÍCIUS TEIXEIRA DE VASCONCELOS, coloco à disposição dos senhores os componentes da Diretoria Executiva, dos Conselhos eleitos e das delegacias e representações da nossa ADESG, para fortalecer e vivificar o compromisso funcional da ESG, para com a nação.
Tenham em nós os combatentes que hão de empunhar a espada que atuará em corações e mentes. Por fim, transmitam aos seus e nossos superiores institucionais que a ADESG Nacional, ao retornar ao seu local de nascimento, consagra-se como uma guerreira de última hora, nos novos tempos.
Muito obrigado.
ANTONIO CELENTE VIDEIRA – Cel. Ref Aer
Presidente da ADESG para o Biênio 2024/2025
