Viagem de Estudo do CEPE 2009 – ADESG/RS

O XLVI Ciclo de Estudos de Política e Estratégia – CEPE de Porto Alegre, da ADESG/RS, realizou sua viagem de estudos, no período de 18 a 25 Oout 09, a parte Sul do Rio Grande do Sul – Candiota e Rio Grande e ao Uruguai, com visitas a Mina de Carvão a Céu Aberto da Companhia Riograndense de Mineração – CRM, a Usina Termoelétrica UTE Presidente Médici, ambas em Candiota/RS, ao Dique Seco da Petrobras e ao Comando do 5º Distrito Naval, em Rio Grande/RS, bem como ao Centro de Altos Estudios Nacionales – CALEN, a Embaixada do Brasil e ao Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, que possibilitaram uma ampla visão da realidade, das potencialidades e oportunidades do RS e do Brasil, e das questões internacionais de relacionamento entre as nações, que foram de extrema utilidade para todos os alunos.

A comitiva foi composta de 25 pessoas, chefiada pelo Delegado, Dr. Everton Marc e pelo Diretor-Adjunto do Curso, Maj Inf EB Ricardo Fukumoto.

Dois investimentos de monta no RS chamaram a atenção da comitiva que viajou. O primeiro trata-se da construção ou ampliação da UTE Pres. Médici, Candiota III (Fase C) que é um dos projetos integrantes do Acordo Internacional firmado entre a República Popular da China e a República Federativa do Brasil, cujo objetivo é a geração 350 MW e que se encontra em adiantada fase de construção, em face de um acordo firmado, entre a ELETROBRÁS e o CITIC Group (estatal chinesa), responsável pela obra.

 

O segundo investimento encontra-se em Rio Grande e trata-se do Dique Seco da PETROBRAS, pioneiro no Brasil, que fará a construção e reparos de navios e plataformas de petróleo fora da água. Duas empresas estão desenvolvendo as obras. A construção e operação serão feitos pelo Estaleiro Rio Grande, controlado pelo grupo WTorre, que é o investidor junto com a Petrobras e a QUIP S/A que será responsável pela construção das plataformas. Uma série de empresas sistemistas também já estão se instalando nas proximidades do canteiro de obras, em pleno desenvolvimento.

 

Na visita ao Uruguai foi possível constatar a preocupação existente com as questões relacionadas com o MERCOSUL e as políticas que cercam o tema. Na visão dos uruguaios o MERCOSUL ainda é quase que uma peça de ficção e que eles esperam muito mais do Brasil em termos de cooperação econômica e aduaneira e transformá-lo em uma verdadeira área de livre comércio, sem tarifas entre os países. Queixam-se que o nosso governo não tomou nenhuma medida política em relação à Argentina pelo fechamento da ponte em Fray Bentos por ecologistas argentinos, há três anos, que contestam a construção de uma fábrica de celulose as margens do Rio da Prata que iria poluir as águas do rio, atingindo a margem argentina. Esta ponte representa uma importante via escoamento de exportações, tanto de produtos uruguaios como argentinos. É a chamada “guerra das papeleras”, cujo contencioso encontra-se no Tribunal Internacional de Haia para julgamento.

 

Também foi possível ter uma idéia das eleições que ocorreram quando ainda a delegação estava em território uruguaio. O candidato da Frente Ampla, “Pepe Mujica”, ex-guerrilheiro Tupamaro que esteve preso por 14 anos em face de delitos cometidos, da mesma coligação do atual presidente, Tabaré Vasquez, era o favorito segundo as pesquisas, já no primeiro turno. No entanto, não conseguiu a maioria dos votos para eleger-se, conquistou 47,9% dos votos, e em conseqüência haverá um segundo turno, onde Blancos e Colorados, tradicionais rivais, já se uniram em torno do nome de Luis Lacalle, do Partido Nacional ou Blanco, para tentar retomar o governo do país oriental.